O ano de 2021 é marcado pelo ótimo desempenho do mercado imobiliário brasileiro em termos de lançamentos e vendas desde o início do levantamento do Indicador Nacional da CBIC em 2016. O acumulado dos nove primeiros meses deste ano, por exemplo, apresentou um aumento de 37,6% em lançamentos e 22,5% em vendas na comparação com o mesmo período de 2020. O ano promete fechar quebrando recordes históricos, mesmo se o desempenho do quarto trimestre de 2021 for exatamente igual ao do ano passado, sem acréscimos. A lógica documentada indica que o crescimento deve acontecer, uma vez que, os últimos trimestres de cada ano costumam apresentar os melhores resultados em vendas e lançamentos de todo o período anual.
Já o estoque disponível para venda, oferta final, apresenta tendência de queda, resultado das vendas superiores aos lançamentos em quase 6 mil unidades, no acumulado dos últimos 12 meses. Na hipótese de não ocorrerem novos lançamentos, as 203.632 unidades, estoque existente no último período pesquisado (3º trimestre 2021), se esgotariam em 9 meses e meio, número inferior aos mais de 11 meses levantados no mesmo período do ano passado (3º trimestre 2020). Este indicador é positivo, pois contribui para o otimismo no desenvolvimento de novos lançamentos e, como consequência, o contínuo aquecimento do setor.
O crescimento em vendas e lançamentos, a tendência de queda da oferta final e a queda da representatividade do padrão econômico, podem ser elencados como os três principais destaques de 2021. As unidades econômicas lançadas apresentaram queda de 18,1% e as vendas queda de 19,9% na comparação com o 3º trimestre 2020. O que significou também, uma queda da oferta final neste padrão em 7,8% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Para o próximo ano, com o reenquadramento do teto do programa Casa Verde e Amarela que entrou em vigor em outubro deste ano, espera-se uma retomada na participação das unidades econômicas lançadas e vendidas no total do país.
Apesar da queda da participação das unidades econômicas, responsável por fatia significativa deste mercado, o desempenho do mercado imobiliário dos últimos dois anos, o revelou como um dos setores mais resilientes da economia brasileira. As baixas taxas de juros, assim como aspectos comportamentais do consumidor fomentaram o seu crescimento. Segundo a associação brasileira das entidades de crédito imobiliário e poupança, os financiamentos na modalidade SBPE cresceram 114% em valor financiado nos sete primeiros meses de 2021 na comparação com o ano passado. Quando comparamos o mesmo período em número de unidades, o crescimento aumenta para 153%.
Com acessibilidade ao crédito e o novo morar, impulsionado pela pandemia, temos a casa, como coração na vida dos brasileiros. A boa notícia é, este status adquirido deve se manter, motivado pelas modalidades de trabalho híbrido e processo intensivo de digitalização. Segundo pesquisas e análises realizadas pela Brain Inteligência Estratégica, existem três fatores chaves na concepção de imóveis no pós-pandemia para atender as novas necessidades do comprador de imóveis: adaptação de áreas internas multifuncionais; áreas de lazer amplas, arejadas e arborizadas; e varandas integradas que unificam espaço interno e mundo externo.
Além da multifuncionalidade dos imóveis e surgimento de necessidades especiais, os players do mercado imobiliário também precisaram revisitar suas práticas e estratégias de atuação. Para o próximo ano podemos esperar a consolidação de novas soluções encontradas durante o período de pandemia como: stands virtuais, burocracia digitalizada para tramites de compra e venda, e lançamentos virtuais. A digitalização chegou para ficar no mercado imobiliário e, também, nos lares.
Com um ano histórico, as expectativas para o setor para 2022 são positivas. Segundo pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica com 1.200 brasileiros em todas as regiões do país, 39% apresentavam intenção de compra de um novo imóvel em setembro deste ano. Este percentual é bastante próximo da intenção de compra levantada antes do início da pandemia, de 43% do total dos entrevistados. Mais da metade dos participantes, afirmam que esta intenção pode ser afetada por fatores externos do país, sendo as três principais causas: aumento da inflação, cenário político conturbado com as eleições e taxa de desemprego.
O período de incerteza que marcou o início de 2020 já são águas passadas. Finalizamos 2021, com um ótimo desempenho do mercado imobiliário, maior conhecimento das novas necessidades do consumidor, maior segurança com soluções digitais que facilitam lançamentos e vendas, além de expectativa positiva para um próximo ano em que os fatores externos já são mais conhecidos e mapeados.
O artigo tem interface com o projeto “Mercado Imobiliário & Infraestrutura Urbana” da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) e Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, com correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
Quer saber mais? Acompanhe a Coletiva de Imprensa dos Indicadores Imobiliários Nacionais CBIC, que será realizada no dia 21/02, às 10h.