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6 de Janeiro de 2024 às 11:01

As majestosas estruturas de Roma


As majestosas estruturas da Roma antiga têm resistido ao teste do tempo por milhares de anos, testemunhando a engenhosidade dos engenheiros romanos e sua maestria no uso do concreto. No entanto, como esses materiais de construção foram capazes de sustentar edifícios colossais, como o Panteão, com a cúpula maior não protegida do mundo, e o Coliseu, por mais de 2.000 anos?

Ao contrário de sua contraparte moderna, que pode se deteriorar em questão de décadas, o concreto romano provou ser incrivelmente resistente. Agora, cientistas por trás de um novo estudo afirmam ter descoberto o ingrediente misterioso que permitiu aos romanos criar materiais de construção tão resilientes e erguer estruturas elaboradas em locais desafiadores, como docas, esgotos e zonas sísmicas.

A equipe de investigadores, composta por especialistas dos Estados Unidos, Itália e Suíça, conduziu uma análise em uma amostra de concreto de 2.000 anos recuperada de uma muralha da cidade no sítio arqueológico de Privernum, localizado no centro da Itália.

A descoberta revelou que os pedaços brancos presentes no concreto, conhecidos como cal viva, conferiram à substância a capacidade de cicatrizar rachaduras que se formaram ao longo do tempo. Surpreendentemente, esses pedaços brancos foram historicamente negligenciados, sendo erroneamente associados a uma mistura de baixa qualidade ou matérias-primas inferiores.

Essas novas descobertas têm o potencial de tornar a produção de concreto moderno mais sustentável. A durabilidade da argamassa e do concreto é um tema crucial a ser considerado. O concreto é uma pedra artificial ou pedra produzida pela mistura de cimento, geralmente composta por calcário, água, agregado miúdo (areia ou brita) e agregado graúdo (cascalho ou brita).

Anteriormente, os estudiosos acreditavam que o concreto romano era produzido utilizando cal apagada, quando a cal é combinada com água antes da mistura. No entanto, uma análise mais aprofundada levou os pesquisadores a concluir que os clastos de cal foram resultado do uso de cal virgem (óxido de cálcio), a forma seca e altamente reativa do calcário, misturado ao concreto, em vez ou em adição à cal apagada.

Análises adicionais revelaram que esses clastos de cal eram formados em temperaturas extremas, esperadas do uso da cal viva. A "mistura a quente" mostrou ser a chave para a notável durabilidade do concreto romano.

Para investigar se os clastos de cal eram responsáveis ​​pela capacidade aparente de autocura do concreto romano, a equipe realizou um experimento. Foram feitas duas amostras de concreto, uma seguindo as formulações romanas e outra conforme os padrões modernos, e ambas foram intencionalmente rachadas. Após duas semanas, a água não conseguiu passar pelo concreto feito com a receita romana, enquanto passava diretamente pelo pedaço de concreto feito sem cal virgem.

Essas descobertas sugerem que os clastos de cal podem se dissolver nas rachaduras e recristalizar-se após a exposição à água, reparando as rachaduras causadas.