O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) aumentou 0,86% em outubro/21, a maior alta registrada pelo indicador desde junho/2021 (2,16%), conforme divulgado nesta segunda-feira (08/11) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado indica que o aço voltou a aumentar e a novamente puxar o custo da construção.
De janeiro a outubro, o INCC/FGV acumulou alta de 12,70% e nos últimos 12 meses 14,94%. De julho/20 até outubro/2021 o custo total da construção já aumentou 20,53%.
Segundo a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, o custo com materiais e equipamentos voltou a registrar forte aceleração: 1,92%, o que correspondeu a maior alta desde maio/21 (2,81%). “Contribuiu para esse resultado o retorno do aumento elevado no preço dos vergalhões e arames de aço ao carbono, que em outubro aumentou 8,09%”, menciona.
Essa foi a segunda maior do insumo em 2021 e ficou atrás somente do mês de fevereiro (21,34%). Em julho/2021 este material registrou variação de -0,07%, em agosto -0,69%, em setembro +0,34% e, em outubro +8,09%.
De janeiro a outubro, os vergalhões e arames de aço ao carbono já aumentaram 48,39% e, nos últimos 12 meses, 60,74%. Considerando o período de julho/2020 a outubro/2021, o aumento registrado pelos vergalhões foi de 91,97%. O custo com materiais e equipamentos aumentou 22,00% nos primeiros 10 meses de 2021, 27,45% em 12 meses e de julho/20 até outubro/2021: 40,80%.
“Num momento onde o Brasil assiste as projeções para o crescimento da economia no próximo ano se deteriorar, a construção civil, que muito pode contribuir para reverter esse cenário, segue sendo impedida de avançar em suas atividades com o incremento expressivo em seus custos”, ressalta Vasconcelos.
A economista reforça que aumentos na proporção que estão acontecendo contribuem para aumentar as incertezas do setor, o que pode desestimular novos lançamentos com reflexo direto na geração de renda e emprego.