O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado nesta quarta-feira (07) pela Fundação Getúlio Vargas, apresentou alta de 1,30% em março. Com esse resultado, a elevação observada no primeiro trimestre foi de 4,14%. A variação acumulada nos últimos 12 meses encerrados em março/2021 (12,23%) foi a maior para o período desde 2004.
“Construir está ficando cada vez mais difícil. Além do desabastecimento de importantes insumos, os aumentos nos preços parecem não ter limite”, destaca a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
O INCC – Materiais e Equipamentos registrou, pelo nono mês consecutivo, elevações expressivas. Em março a alta foi de 2,84%, o que resultou em um acumulado de 8,81% no primeiro trimestre.
Segundo Vasconcelos, ainda que a variação mensal tenha ficado inferior a observada em fevereiro (4,38%), o aumento nos preços continua surpreendendo. Nos últimos 12 meses (abril/2020-mar/2021) a alta foi de 28,13%, o que correspondeu a um recorde desde 1997.
A economista reforça que os aumentos nos preços dos insumos, além de um impacto econômico, também provocam um forte impacto social. “Com aumentos tão elevados, a construção de imóveis para o atendimento da população com faixa de renda mais baixa, justamente onde reside o maior déficit habitacional do Brasil, fica totalmente prejudicada”, diz.
Em março, as maiores influências positivas no INCC Materiais e Equipamentos, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, foram observadas nos seguintes insumos:
Vasconcelos ressalta que o expressivo incremento nos custos com materiais e equipamentos, além de provocar adiamento de novos lançamentos, também prejudica o andamento das obras públicas.
“Os contratos já firmados não tinham como prever aumentos na proporção que está acontecendo. A necessidade de um reequilíbrio econômico é essencial para que as obras já iniciadas cheguem ao fim. Portanto, o impacto dos aumentos de custos é muito mais abrangente, e pode provocar um efeito contracionista em diversos outros segmentos. A solução para esse problema precisa, necessariamente, ser imediata, sob pena de uma reação em cadeia, com paralisação de obras diversas, aumento do desemprego e uma maior fragilização da economia nacional”, menciona.
FONTE:CBIC