O Brasil lidera o ranking de maiores juros reais do mundo. A informação foi divulgada no informativo econômico desta segunda-feira (09), elaborado pela economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos. “O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aumentou, pela 10ª vez consecutiva, a Selic. Assim, a referida taxa que estava em 11,75% passou para 12,75% ao ano. Com isso, a taxa de juros real (descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses) do Brasil passou a ser de 6,69% ao ano e alcançou a 1ª colocação no triste ranking de maiores juros reais do mundo”, disse.
A especialista ainda fez uma comparação com outros países. “Para se ter ideia do que isso representa, a Colômbia, que ocupa a 2ª colocação, conforme levantamento realizado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management, com 40 países, possui juros reais de 3,86%. A Rússia, que está em guerra e sofre sanções globais, está na sexta colocação, com juros reais de 1,36%. Em termos nominais, o Brasil está na 4ª colocação, atrás da Argentina (47% a.a.), Rússia (14% a.a.) e Turquia (14% a.a)”, apontou.
Segundo ela, os juros não ultrapassavam o patamar de 12% desde 2017. “Vale destacar que de março de 2021 até agora, a Selic já aumentou 10,75 pontos percentuais. A alta de 1,0 ponto percentual já era aguardada pelo mercado e não surpreendeu os analistas, pois o colegiado já tinha sinalizado essa elevação. Mas nem por isso, esse aumento deixa de ser impactante”, afirmou.
Mesmo com todos os aumentos dos juros, as estimativas continuam indicando inflação superior ao teto da meta, pelo segundo ano consecutivo. “Isso porque o atual cenário de aumento de preços no País ultrapassa o incremento da demanda interna por produtos e serviços. Fatores como o conflito Rússia x Ucrânia, o aumento do preço do petróleo, do gás, o desarranjo nas cadeias globais de insumos exercem influência direta na oferta de vários produtos e, portanto, na inflação. Por esse motivo, questiona-se até onde vai a eficiência dessa forte elevação nos juros”, ressaltou.
A economista também explicou que o aumento nos preços é um problema que está sendo enfrentado pela economia global. “Em virtude do cenário externo mais conturbado, a elevação de preços acontece de uma maneira geral. Vários exemplos demonstram inflação mais forte em 2022 do que a observada em 2021. Espanha, Chile, Hungria, Estados Unidos, México, Alemanha e Itália são alguns destes exemplos”, destacou.
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fonte: CBIC