O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, participou nesta quarta-feira (04/05), juntamente com o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antônio Nogueira de França, da 9ª edição do Ademi Talks sobre a Visão Econômica no Mercado Imobiliário.
Durante o bate-papo online, comandado pelo CEO da Reis Real Estate, Ricardo Reis, os dirigentes fizeram uma análise econômica das perspectivas para o mercado imobiliário, num cenário de alta da inflação e dos juros para o financiamento imobiliário.
Sobre cenários e desafios para o setor da construção, o presidente José Carlos Martins destacou que o setor da construção é otimista e que o momento é de enxergar oportunidades, mas ser conservador.
“Estamos em um cenário de muito nevoeiro e é preciso ter muito cuidado nesse tempo, porque ninguém sabe o que vai acontecer daqui para frente. Estamos com aumento de custos e redução de estoques”, disse, reforçando que “no nevoeiro, o marinheiro leva o barco devagar”.
Na mesma linha, Luiz Antônio Nogueira de França mencionou o momento de desordem da cadeia produtiva no mundo todo, não só no Brasil, bem como o fenômeno da inflação, e que o país tem a chance de, na retomada, sair na frente dos outros países.
No que se refere ao Casa Verde e Amarela (CVA), os dirigentes destacaram o trabalho que vem sendo desenvolvido junto ao governo federal para adequar a curva de subsídios, em função da perda de compra da população e do déficit habitacional.
“Se tivesse que apostar fichas até o final do ano, apostaria no Casa Verde e Amarela, que não interfere no juro, que é fixo, tem funding disponível e a Caixa tem meta de aplicação”, frisou Martins ao enfatizar que o ano é político e que o governo tem interesse em gerar emprego.
Quanto aos desafios futuros, os especialistas enxergam um cenário de otimismo, tendo em vista a dívida pública estar equilibrada, em relação ao que se esperava, mas que, sem dúvida o próximo governo tem que entrar com a reforma administrativa, seguida pela reforma tributária.
Ambos defenderam o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para sua finalidade que é investir em obras de habitação, saneamento e infraestrutura urbana no país. “O FGTS não é complemento de renda e fundo de investimento”, salientou Martins. Já França acentuou que o direcionamento a esses três pilares são fundamentais para o país e para quem o utiliza, não para o construtor, porque ele constrói. “É fundamental para a população brasileira que está vivendo em moradias não dignas e o país tem condições de oferecer”.
Também foram abordadas questões referentes ao mercado de médio e alto padrão e Índice Nacional de Custo de Construção (INCC),
Assista a íntegra do bate-papo no canal oficial da Ademi-PR no YouTube.