Em comemoração ao Dia da Construção Civil, do Engenheiro da Construção Civil e do Patrono da Engenharia Civil, Santo Antonio de Sant´Ana Galvão (Frei Galvão), celebrados no dia 25/10, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, defendeu, entre outros, a criação da residência nos cursos de Engenharia. O dirigente palestrou sobre o tema O Engenheiro Civil e as Inovações na Indústria da Construção, nesta segunda-feira (24/10), em evento online de iniciativa do Programa Aprimora+ do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF).
Aos mais de 87 participantes, Martins contextualizou o setor da construção civil no passado e no presente, reforçando a importância de o país ter uma guinada em inovação dentro dos canteiros de obras. “A construção é essencial no desenvolvimento econômico e social do Brasil. Precisamos ocupar esse espaço e, para isso, temos que debater em alto nível qual é a nossa posição nesse jogo”, frisou Martins.
O dirigente informou que a construção civil levou aos principais candidatos à Presidência da República propostas que passam pela inovação. Para Martins, o que vai trazer para dentro do canteiro de obra o mesmo grau de inovação já atingindo na gestão são o fluxo contínuo de recursos, o entendimento sobre a importância do setor na sustentabilidade e como agente de industrialização do processo, além do investimento maciço na capacitação dos profissionais. “Ciência é CPF, inovação é CNPJ”, frisou, ao destacar que a inovação agrega valor para o cidadão. “Inovação tem que se transformar em business, para que ganhe escala”, disse.
Mencionou também estudo do Instituto Internacional do Clima que indica que, ao analisar o ciclo de um imóvel de 50 anos, 14% é investimento inicial, o restante são reformas, consumos e gastos dentro de uma edificação. As pessoas esquecem que a edificação feita com critérios de sustentabilidade vai economizar energia e água ao longo da sua vida útil, o que vai pagar largamente o investimento inicial.
Além disso, Martins destacou que “a gente precisa sair um pouco da nossa caixinha e entrar em outros debates que mostrem a importância do setor. Valorizar a Engenharia é uma obrigação nossa no dia a dia em todos os sentidos”, disse, ao citar o debate ocorrido no Construa Minas, com a participação de grandes contratantes de obras industriais e corporativas. “A Gerdau, nos próximos quatro anos, vai investir 6 bilhões de reais em Minas Gerais. Esse povo quer engenharia. Diferente do nosso gestor público que quer menor preço”, exemplificou.
Durante o debate, João Carlos Pimenta, conselheiro federal e vice-presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), defendeu o diálogo competitivo para criar inovação. Para Martins, o que estimula a inovação é o ganho. “Existem alguns conceitos que precisam ser revistos”, ressaltou.
Dionyzio Klavdianos, presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC, reforçou a importância da boa formação do engenheiro e da capacitação de mão de obra.
Já Fátima Có, presidente do Crea-DF, ressaltou a necessidade da capacitação dos profissionais e um trabalho conjunto para valorizar a profissão. “Temos que trabalhar para uma residência na engenharia para a valorização da Engenharia”. Neste sentido, Martins defendeu um mutirão na linha da residência e do respeito à profissão de engenheiro para levar essa bandeira ao Congresso Nacional.
O evento foi mediado por Gilberto Campos.