No Brasil, os lançamentos de novos empreendimentos no programa habitacional Casa Verde e Amarela caíram 40,4%, de janeiro a março de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Também nesta comparação, a oferta final de imóveis na categoria foi 11,1% inferior a 2021.
Esses dados foram apresentados no início da semana e fazem parte dos Indicadores Imobiliários Nacionais do 1º trimestre de 2022, estudo realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), da qual a Assilcon é associada, e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.
Os dados foram coletados e analisados em 196 cidades pesquisadas, sendo 25 capitais, de Norte a Sul do país.
Os números negativos em todo o Brasil não têm relação direta com as taxas de juros dos financiamentos imobiliários, que estão bem abaixo da Selic, mas são afetados por três fatores predominantes: aumento dos preços e dos custos dos materiais da construção civil; falta de confiança dos empresários e incorporadoras para novos lançamentos; e relativa queda do poder aquisitivo das famílias.
O mercado imobiliário, como um todo, demonstrou queda no período, especialmente no número de lançamentos e da oferta final – como consequência do aumento do preço dos insumos e da conjuntura econômica.
Neste primeiro trimestre do ano, em comparação com o trimestre anterior, os lançamentos foram reduzidos em 42,5% e a oferta final em 7,6%.
Esse resultado, aponta José Carlos Martins, presidente da CBIC, freia o crescimento constante dos lançamentos que vinha sendo verificado desde o 2º semestre de 2020 até o 2º semestre de 2021.
Em uma análise compartilhada pela Assilcon, Martins analisa que os empresários e as incorporadoras vêm administrando os impactos do aumento de custo em empreendimentos com obras em andamento, entretanto, para novos lançamentos será inevitável o repasse destes aumentos de custos ao preço final de venda.
Realidade local – Em Ribeirão Preto a redução é ainda maior, em torno de 80%. As empresas do setor enfrentam esta conjuntura nacional, somado aos baixos valores de vendas praticados na cidade e ainda vários fatores locais que vem desaquecendo novos lançamentos.
Especialmente quanto à insegurança jurídica nas leis municipais que regulamentam o setor, além das carências de ajustes e providências do governo quanto ao saneamento básico da cidade, em especial quanto a reservação e distribuição de água em diversas regiões da cidade que passam atualmente por muitas análises técnicas pelo Saerp.
O segmento, por meio da Assilcon, está acompanhando os trabalhos e otimista que a Saerp, Secretaria do Planejamento e Governo Municipal darão uma solução rápida, até emergencial, evitando travar ainda mais novos lançamentos habitacionais na cidade.