Dos candidatos a deputado federal e estadual que participaram da última eleição, 40 declararam domicílio eleitoral em Ribeirão Preto.
Desses, apenas quatro (ou seja, 10%) conseguiram se eleger. Ou melhor, foram reeleitos: Baleia Rossi (MDB) e Ricardo Silva (PSD), deputados federais; Rafael Silva (PSD) e Léo Oliveira (MDB), estaduais.
Considerando a região, foram eleitos ainda os federais Arlindo Chinaglia (PT, Serra Azul) e Arnaldo Jardim (Cidadania, Altinópolis), e os estaduais Fabiana Barroso (PL, Barrinha), Delegada Graciela (PL) e Guilherme Cortez (PSOL), os dois últimos de Franca.
Importante se faz analisar os mais votados em Ribeirão Preto, tanto para a Câmara Federal quanto à Assembleia Legislativa.
Considerando-se os dez candidatos a deputado federal com mais votos encontramos quatro “forasteiros”: Carla Zambelli (PL), Ricardo Salles (PL), Guilherme Boulos (PSOL) e Eduardo Bolsonaro (PL) – Carla, em que pese ter nascido em Ribeirão Preto não tem domicílio eleitoral e base política na cidade.
Juntos eles levaram 50.413 votos. Esse total, além de ser o dobro do obtido por Ricardo Silva, o mais votado por aqui, equivale a 70% do que recebeu Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, deputado eleito com o menor número de votos no estado de São Paulo.
Na corrida à Alesp não foi diferente. Cinco, entre os dez mais votados em Ribeirão Preto, têm domicílio eleitoral fora daqui. Deles, quatro elegeram-se: Eduardo Suplicy (PT), André do Prado (PL), Lucas Bove (PL) e Sebastião Santos (Republicanos). Capitão Braz (PL) não se elegeu, mas foi o sétimo com mais votos na cidade.
No caso dos candidatos a deputado estadual, a soma dos forasteiros é menor: 40.499 votos. Porém, sozinha seria quase suficiente para garantir uma vaga na Assembleia Legislativa. Guilherme Cortez (PSOL), o menos votado entre os 94 eleitos, obteve 45.094 votos!
Importante que esses votos revertam também apoio a Ribeirão Preto e região. É preciso estar atento para que os eleitos não relembrem da cidade apenas daqui a quatro anos.
É nosso dever fiscalizar e cobrar. Em recente participação no programa Mentoria, comandado pelo empresário Chaim Zaher no Sistema Thathi de Comunicação, nos propusemos, ao lado da ACIRP, a acompanhar e cobrar resultados, além de promover seminário sobre o voto distrital.
Mas essa discussão fica para uma próxima coluna…