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17 de Agosto de 2022 às 10:08

Cidades e Construções_Perdas diminuem, mas Ribeirão ainda desperdiça muita água


Na edição anterior deste Cidades & Construções apresentamos a criação de um Grupo Técnico de Trabalho, formado por empresário, engenheiros, arquitetos e profissionais que vivem a construção civil, cujo objetivo é debater e apresentar soluções viáveis à infraestrutura de nossa cidade.
Destacamos o alto índice de perda no sistema de abastecimento, que é a diferença entre o volume total de água extraído do aquífero e o efetivamente medido e cobrado oficialmente pela Saerp - Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto.
De acordo com os dados mais recentes (divulgados em março) do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional, Ribeirão Preto tem um índice de perda de 49%, o que representa aproximadamente 800 litros de água perdidos por ligação diariamente.
Isso significa que metade da água se perde em vazamentos ou não são cobrados por irregularidades, fraudes e submedição de hidrômetros.
O desperdício está muito acima de cidades como Franca, que tem o melhor índice da região (26%), e as recordistas nacionais Nova Iguaçu (RJ) e Santos (SP), com perdas na distribuição, respectivamente, de 6,05% e 14%.
Segundo o Estudo de Perdas de Água, realizado pela consultoria GO Associados, consultoria especializada no assunto, Ribeirão Preto está na 93ª pior posição entre 100 municípios analisados no Índice de Perdas por Ligação.
Por isso a preocupação é antiga. E, embora os números ainda sejam negativos e permaneçam longe do ideal, é preciso reconhecer que houve uma melhora considerável. Segundo dados da própria Saerp, em 2017 o índice de perda era superior a 60%.
Para alterar o quadro, em 2018 foi publicada uma portaria que criou um comitê permanente de gestão, controle e redução de perdas de água e eficiência energética. Até 2023, ainda de acordo com o poder público, estão previstas novas ações do Programa de Redução de Perdas, com investimentos garantidos  de aproximadamente R$ 150 milhões para se reduzir o desperdício a 30%.
Atualmente, a média nacional está em torno de 40%. Esse número, infelizmente, vem crescendo nos últimos anos. Em 2011, por exemplo, era desperdiçada 37,2% da água no caminho até as torneiras. Para efeito de comparação, na Austrália a perda é de 10,25% e nos Estados Unidos de 13,58%
Para combater efetivamente a perda são necessárias ações como: efetuar reparos e/ou a substituição das redes mais antigas; ampliar a instalação de macromedidores na rede; e melhorar a eficiência / combater fraudes da medição, assim como ampliar a fiscalização contra ligações clandestinas.
Ter um bom cadastro das redes é condição fundamental para planejar essas ações além de fazer uma boa gestão do sistema.
Com essas medidas, certamente será atingida a meta de redução do desperdício até 2023, apesar do prazo exíguo!