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3 de Fevereiro de 2022 às 11:02

Copom mantém o ritmo do aperto monetário e aumenta Selic para 10,75%


Em sua primeira reunião do ano 2022, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve o ritmo do aperto monetário e aumentou a Selic em 1,5 ponto percentual. A referida taxa passou de 9,25% a.a. para 10,75% a.a.. Foi a oitava elevação consecutiva (a terceira de 1,5 ponto percentual) e a primeira vez, desde julho de 2017, que o juro básico da economia superou dois dígitos. “Portanto, depois de quatro anos, o País passa a conviver com juros superiores a 10% a.a.. Vale lembrar que de março de 2021, até agora, a taxa básica já aumentou 8,75 pontos percentuais”, disse a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

Conforme a estimativa da Pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central, a Selic deverá encerrar 2022 em 11,75%. “Nesse cenário, o ciclo de altas já estaria perto do final e já com potencial elevado de reduzir o ritmo da atividade econômica. Entretanto, alguns analistas avaliam que o vigor dos preços das commodities, as expectativas para a inflação neste ano, o cenário de incertezas característico de períodos eleitorais e o ambiente externo desafiador (como a mudança da política monetária na economia americana) proporcionam mais incertezas em relação ao rumo dos juros no Brasil. Por isso, existem estimativas que sinalizam Selic superior a 12% a.a. Portanto, o cenário para 2022 é de juros elevados, o que torna o ambiente econômico ainda mais instável”, ressaltou a especialista.

De acordo com Vasconcelos, o atual ciclo de alta da Selic está sendo justificado, pelo Copom, e também por diversos analistas que defendem a continuidade do aperto monetário, pela inflação elevada. “De fato, em 2021, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador da meta de inflação no País, e que é calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aumentou 10,06%. Este resultado foi muito superior ao teto da meta prevista para o ano (5,25%) e o maior desde 2015 (10,67%). Neste contexto, é preciso considerar os diversos fatores que contribuíram para essa alta expressiva”, reiterou. Entre eles destacam-se: a elevação dos preços das commodities, a desvalorização cambial, o aumento dos preços dos combustíveis e a crise energética.

Segundo a economista, a parcela representativa do aumento dos preços se deu pelo lado da oferta e não pelo crescimento expressivo da demanda. “Por isso, muito se questiona sobre a eficácia dos fortes aumentos da taxa básica nos últimos 12 meses e do seu atual patamar”, disse.

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A matéria integra o projeto ‘Banco de Dados da Construção (BDC)’ da CBIC com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).