O 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) promoveu nesta terça-feira (19/10) painel virtual sobre a infraestrutura social, englobando as áreas de saúde, educação, mobilidade urbana, saneamento e iluminação pública, com foco na tecnologia em favor da infraestrutura.
O bate-papo virtual foi coordenado pelo presidente da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Carlos Eduardo Lima Jorge, e contou com a participação de representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Caixa Econômica Federal e de empresas de tecnologia para as áreas de saneamento e iluminação pública.
O gerente de Infraestrutura e Energia do BID, Nestor Roa, destacou a importância da tecnologia para melhorar os projetos no Brasil. “A missão 2025 do BID inclui o tema transformação digital, por que permite dotar a economia de ferramentas para alcançar o crescimento sustentável, incentivar a inovação e melhorar a inclusão social”, frisou.
Tatiana Thomé de Oliveira, vice-presidente de Governo da Caixa, agente financiador, repassador de recursos e estruturador de projetos (FEP), disse que concorda com a premissa de que a tecnologia pode ajudar no desenvolvimento de bons projetos. No entanto, enxerga maior oportunidade no uso de tecnologia em projetos de PPPs e concessões. “Nos projetos da Caixa constam indicadores que incentivam o uso de tecnologia, o que não ocorre nas obras públicas e com financiamento com recursos do FGTS”.
“O uso de tecnologias mais convencionais acaba sendo mais confortável para o gestor público. A nossa vontade de inovar acaba sendo limitada pela questão do projeto elaborado pelo ente público”, mencionou Tatiana Thomé.
“Há uma grande diferença entre motivação para o uso de novas tecnologias em projetos que partem de parcerias, como concessões, PPPs, locação de ativos, e obras públicas”, reforçou Lima Jorge, completando que, felizmente, a nova Lei de Licitações traz a possibilidade, via Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), de uma busca de solução com o setor privado para os projetos.
Hélio Samora, CEO da empresa SmartAcqua, que atua no desenvolvimento de soluções tecnológicas para a área de saneamento, ressaltou que “o setor de infraestrutura nunca teve tanta tecnologia disponível para melhorar os projetos da área”, mencionando, no entanto, que algumas empresas públicas ainda têm dificuldade de acesso pela rigidez contratual do setor público.
Nestor Roa destacou que o BID está comprometido em criar instrumentos e mecanismos de capacitação para que um maior número de trabalhadores tenha acesso à tecnologia, bem como as pequenas e médias empresas.
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