A economia nacional em ano eleitoral e os impactos na indústria da construção foram os destaques da live Quintas da CBIC, conduzida nesta quinta-feira (01/09) pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, com especialistas do setor econômico e da construção civil.
O cenário econômico internacional também foi abordado pelo economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale. Na avaliação do representante do mercado financeiro, a economia internacional ainda está vivendo um processo de reequilíbrio no pós-pandemia da Covid-19.
“O mundo vai ter que passar por uma ressaca duradoura, que deve durar pelo menos um ano”, disse Megale. No entanto, apesar dos desafios, ressaltou que não está pessimista com a economia global. “Vai ter um período de volatilidade e de ajuste, mas o problema é cíclico e vai ser ajustado da forma tradicional, com alta de juros e normalização ao longo do tempo das cadeias de produção”, frisou.
Quanto à economia nacional, reforçou que as notícias são boas – resultado do Produto Interno Bruto (PIB), redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), projeções de queda na inflação, reformas da Previdência e Trabalhista e marcos legais e concessões. A apreensão, segundo o economista, está no processo de transição política.
Para o presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, o contexto atual de ampliação do prazo de financiamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para 35 anos, abrangendo a tabela price, no programa Casa Verde e Amarela (CVA) e o crescimento econômico, superior ao previsto no início do ano – traz otimismo acima do esperado para o segundo semestre.
“Com as mudanças promovidas até o momento no Casa Verde e Amarela (CVA) pela Caixa e o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), provavelmente teremos um segundo semestre mais forte, podendo dar mais condições para as famílias e acelerar o volume de contratação”, avaliou Luna.
Já na classe média e na alta renda, o dirigente destacou que os juros altos ainda preocupam, mas acredita que, passado o período eleitoral e com as boas notícias econômicas de inflação reduzindo, projeção de crescimento econômico para o Brasil em 2022 e com a queda de desemprego o país vai ter um segundo semestre recuperando o primeiro.
A vice-presidente de Habitação da Caixa, Henriete Bernabé, confirmou a ampliação do prazo de financiamento do CVA para 35 anos, estendendo a capacidade de pagamento das famílias. Assim como a adoção, desde março de 2022, de medidas para o CVA e da reformulação do Plano Empresário da Construção (PEC), ampliando o crédito às Pessoas Jurídicas, sempre atenta à questão de risco da carteira de crédito da Caixa.
Além disso, Bernabé destacou que as medidas anunciadas no dia 20 julho já resultaram em agosto a cerca de 40% de crescimento de contração do CVA em relação a julho. A expectativa é de que no último quadrimestre do ano já se consiga recuperar o volume de contratação do Casa Verde e Amarela, que foi menor no primeiro semestre, e aplicar o orçamento destinado a habitação neste ano, em torno de R$ 68 bilhões.
Ao comemorar o resultado de contratação do CVA, embora ainda não fechado, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, reforçou a importância do diálogo mantido entre o setor produtivo, a Caixa e o governo em prol de um Brasil maior e de um setor da construção melhor, onde cada um desempenha o seu papel dentro das suas competências. “Quando a maré sobe, sobe para todo mundo”, disse.
Traduzindo o resultado do PIB no segundo semestre, divulgado nesta quinta-feira, a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, ressaltou que, dos 50 países que já divulgaram o PIB, a economia brasileira ocupa o 12º lugar. “A construção civil, em todas as bases de comparação, cresce acima da economia nacional, o que representa de julho de 2020 a julho de 2022 a geração de mais de 600 mil postos de trabalho”, salientou, destacando que com a expectativa de aumento no volume de contratação anunciado pela Henriete Bernabé é possível rever a previsão de crescimento de 3,5% do setor para este ano.
Durante a live também foram abordadas questões referentes à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) e aos custos de materiais da construção.
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