Na última segunda-feira (18), Palmas (TO) foi a primeira localidade a receber o lançamento do do Programa de Transformação do Mercado de Edifícios Verdes da International Finance Corporation (IFC), do Grupo Banco Mundial, com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O programa será implementado na região amazônica, nos municípios de Belém, Manaus, Palmas, Porto Velho e Rio Branco. O objetivo é trabalhar com agentes públicos e educar e incentivar os atores do mercado a projetar construções sustentáveis.
O enfoque da IFC para o crescimento da construção ecológica envolve um programa de aprendizagem em construções verdes nas seguintes diretrizes: investimento e assessoramento aos intermediários financeiros, a Certificação EDGE – um software funcional e acessível que traça um caminho na direção do setor da construção para o carbono zero, assessoramento de investimentos para o setor – por meio de intermediação junto aos patrocinadores de projetos no tema da sustentabilidade. Além de promover um ambiente propício para a política pública, apoiando os responsáveis pela formulação de políticas do setor financeiro e o desenvolvimento da capacidade técnica da gestão pública.
O ponto central do programa é a divulgação da certificação EDGE, desenvolvida pela IFC e que ajuda os construtores a avaliar as maneiras mais econômicas de incorporar recursos de construção verde em seus projetos. O software EDGE calcula uma linha de base para economia de energia, água e energia incorporada em materiais específicos para uma determinada cidade. Para atingir o padrão EDGE, um ganho de eficiência de 20% deve ser alcançado em todas as três categorias de eficiência de recursos em comparação com a linha de base.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, ressaltou que o EDGE democratiza o acesso às estratégias para reduzir o impacto ambiental das construções. “É uma certificação que permite que muito mais empresas validem seus empreendimentos”, avaliou. Segundo ele, a sustentabilidade das construções já é uma necessidade.
O Programa de Transformação do Mercado de Edifícios Verdes da IFC vem sendo implantado há alguns anos na América Latina e Caribe (LAC), especificamente no Peru, Colômbia e México. A iniciativa possui como um de seus componentes a melhoria das políticas públicas e do ambiente favorável para a criação de novos marcos e regulações normativas para as construções sustentáveis, apoiando os municípios através de assessoria técnica, de forma inteiramente gratuita, que compreende a capacitação de funcionários municipais no conhecimento sobre as construções sustentáveis. O objetivo é definir incentivos atrativos e adequados, bem como apoiar a elaboração de regulamentação legal (leis, decretos, normas), ajudar na divulgação junto ao mercado e monitorar os resultados alcançados. Todas as atividades previstas ocorrem em um prazo estimado de quatro a seis meses.
Segundo o membro da área de Operações da IFC, Alexandre Aebi, a seleção dos municípios respondeu a critérios técnicos. “Como indicadores relativos à infraestrutura, ao potencial de prosperidade desses municípios e indicadores do IBGE, para que a gente pudesse incentivar municípios da Amazônia Legal, que são cinco, a se tornarem mais sustentáveis e incentivar que o setor privado pudesse conhecer a ferramenta do EDGE e também passar a implementar nos seus projetos na fase de planejamento”, disse.
Aebi também afirmou que o EDGE é interessante tanto para quem faz construção para aluguel, uma vez que reduz o valor de consumo associado à água e energia, e também para venda para acrescentar um prêmio no valor do imóvel pelo fato de ser sustentável.