Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgados nesta quarta-feira (30/11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstram que o desemprego continua a recuar no país. A taxa de desocupação passou a ser de 8,3% no trimestre de agosto a outubro de 2022. Com isso, o número de pessoas desocupadas passou a ser de 9,0 milhões, o que corresponde ao menor patamar desde o trimestre encerrado em julho de 2015. Comparando com o trimestre móvel encerrado em julho, o total de desocupados caiu 8,7%, o que significa menos 860 mil pessoas. Em relação ao trimestre de agosto a outubro do ano anterior, observa-se que o número de desempregados recuou 30,1%, ou seja, menos 3,9 milhões de pessoas. Essa comparação evidencia a melhora do mercado de trabalho do País.
“Outra informação importante divulgada pela PNAD Contínua é o aumento de 2,9% no rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas, que passou a ser de R$2.754,00 no período de agosto a outubro de 2022”, disse a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
Segundo a especialista, as projeções para o desempenho da economia brasileira em 2022 estão mais positivas. A pesquisa Focus, realizada mensalmente pelo Banco Central estima alta de 2,81% para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nesse ano. No início deste ano, esse levantamento projetava crescimento de apenas 0,28%.
Conforme a PNAD Contínua, o número de ocupados na Construção Civil foi de 7,404 milhões, no trimestre de agosto a outubro de 2022, o que significa que o setor perdeu 77 mil ocupações em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior. “Vale destacar que os dados da PNAD Continua envolvem o mercado de trabalho formal e informal. Em relação ao mercado de trabalho formal, os dados do Novo Caged também demonstraram que o mercado de trabalho da Construção perdeu forças”, disse.
O setor gerou, em outubro, um saldo positivo de 5.348 novos postos de trabalho, o menor número de novas vagas criadas no ano. De acordo com Ieda Vasconcelos, isso aconteceu em função da forte desaceleração no ritmo de novas vagas geradas em todos os seus três segmentos, em especial na Construção de Edifícios e nas Obras de Infraestrutura. De janeiro a setembro de 2022, o setor gerou uma média mensal superior a 30 mil novas vagas. “No acumulado do ano o resultado do setor é positivo. De janeiro a outubro/22 foram gerados 288.517 novos postos de trabalho na Construção, em todo o país”, explica.
A matéria tem interface com o projeto “Banco de Dados da Construção – BDC”, em correalização do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).