Os preços dos imóveis residenciais novos em dez capitais do país subiram em média 1,08% em abril, praticamente repetindo a variação em março, de 1,05%. No acumulado de 12 meses até abril, os preços se elevaram em 17,26%, desacelerando o ritmo em relação ao acumulado até março, que ficou em 17,43%.
Os dados são do IGMI-R (Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial) da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). A variação de preços ainda se situa acima do IPCA, porém desacelera na medida em que este indicador de inflação cresce.
Na cidade de São Paulo, os preços desses imóveis se elevaram em média 0,91% em abril, acumulado um aumento de 19,49% em 12 meses.
Além de São Paulo, registraram aumentos de preços em abril Goiânia (1,90%), Curitiba (1,77%), Salvador (1,20%), Brasília (1,05%) e Rio de Janeiro (1,04%). A seguir, figuram as elevações em Porto Alegre (0,98%), Fortaleza (0,86%), Belo Horizonte (0,74%) e Recife (0,62%).
No acumulado de 12 meses, além de São Paulo destacam-se Rio de Janeiro (19,83%) e Brasília (17,07%), porém com desaceleração em relação aos respectivos resultados de março. Goiânia (15,53%), Salvador (15,57%), Curitiba (15,14%) e Porto Alegre (13,53%) integram um segundo grupo, com variações acumuladas em 12 meses inferiores às do primeiro, porém com aceleração em abril, e ainda registrando ganhos reais.
Um terceiro grupo, formado por Belo Horizonte (9,79%), Fortaleza (9,45%) e Recife (7,35%), também apresenta aceleração nas taxas de variação acumuladas em 12 meses, porém ainda abaixo da variação acumulada em 12 meses pelo IPCA.
Na análise da Abecip, a aceleração dos preços dos imóveis residenciais a partir do segundo trimestre de 2021 ocorreu no contexto da retomada do nível de atividades da economia brasileira, e do aumento da concessão de crédito para o setor. Apesar da tendência de acomodação do crescimento desses preços verificada em abril, e dos desafios renovados em relação à evolução dos preços ao consumidor, as expectativas dos empresários do setor ainda mostram resiliência, de acordo com Sondagem da Construção do FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Para a entidade, o comportamento dos preços dos imóveis residenciais ao longo dos próximos meses pode ser ponderado à luz dessas expectativas, que ainda evoluem sem tendência clara, refletindo resultados recentes do nível de atividade que parecem contrabalançar em alguma medida os desafios da persistência inflacionária e da lenta recuperação do mercado de trabalho.