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24 de Fevereiro de 2022 às 09:02

Setor da construção está enviando carta ao governo para barrar saques no FGTS


A indústria da construção está enviando carta ao Ministério da Economia para alertar sobre as consequências caso um novo saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) seja aprovado. A ação ocorre após o ministro Paulo Guedes anunciar, nesta terça-feira (22), que pretende liberar o saque de recursos para os brasileiros quitarem suas dívidas. Para a indústria da construção, o Fundo representa a garantia do patrimônio do trabalhador e gera oportunidades para novos postos de trabalho formais. Além disso, contribui para tornar as cidades mais seguras e salubres por participar da expansão da infraestrutura no país, permitindo acesso à moradia digna aos cidadãos.

Segundo José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o FGTS não deve ser percebido como complemento de renda. “É funding para investimentos, é geração de bem-estar, emprego e renda para a população”, enfatizou. De acordo com ele, é criada uma falsa impressão de que o saque irá ajudar na economia. “Não é verdade. Fizemos em outros momentos análise posterior e o pequeno ganho que traz é muito inferior ao que perdemos. Perde-se o emprego gerado na contratação de habitações e saneamento. Emprego este que gera renda numa cadeia horizontal, capilaridade, com efeitos imediatos que se propaga por toda economia”, ressaltou.

Martins reiterou que o Fundo foi feito para investimento. “No caso de liberação saca, consome e pronto. Os benefícios do FGTS com investimento são totalmente positivos e não podem ser interrompidos por medidas que, apesar de bem-intencionadas, não resultarão em emprego e renda sustentáveis para a população”, concluiu Martins.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, a retirada de recursos do fundo vai afetar a capacidade de investimento em habitação, inviabilizando a geração de empregos e crescimento econômico. “Para se ter uma ideia, a cada R$ 1 bilhão de investimento em habitação, gera-se cerca de 24 mil empregos, principalmente para a população de baixa renda”, frisou.